Borbulhava um vinho vermelho na cabeça e não tinha culpa, atrás do batom rouge e do soutien carmin passara a noite trepada em saltos pretendendo fazer isso em outra coisa. Exalava seu chanel número 5 - e o cigarro numero 10 - e o trem número 30 que vinha, já ia. Pensou ouvir alguém dizer que ali não consiguiria nada - imaginou em quantas cabeças passava aquele mesmo pensamento ('esqueceram de se previnir desse vírus', pensou) - estava sentada demais para explicar que queria aquele nada. De engravatados desembebedados cheios de pressa e das 12 horas no relógio que marcavam o dia - e não a noite - ela queria mais é continuar naquele despojo. Sentada sem planejar a pose das pernas na estação, sentindo os pés descansarem em terra ao lado dos sapatos, o peso do blush caindo era muito para querer levantar os ombros. No ferver da cabeça começavam e acabavam as idéias como bolhas; notou ter sentido os mesmos olhos do dono de um cabelo despenteado - agora ainda mais - em sua face, mas o olhar então voltava, não mais ia. Uma jornada de trabalho dos outros e ela ali - começou a perceber pela dor nas costas. Levantou simples do banco e foi pra casa.
- Onde você estava?
- Fui fazer um teste vocacional prático.
- Nossa, legal! E descobriu que tem vocação pra quê?
- Peça de museu.
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
E agora?
Saí da última batalha não em paz mas lamentando não poder fazer mais nada. A guerra acabava e eu ainda tinhas as armas nas mãos, mas não havia alvo algum em que pudesse acertar. Acabou. Fui embora e embora ainda houvesse sol só restava a lua pra mim. Um colchão e mais nehum plano incrível. Cheguei no meu território e não tive dúvida de que uma guerra passara por ali. As coisas todas jogadas, derrubadas, aos pedaços, fora do lugar, ocupando o espaço que era vazio. De todas as incertezas que tivera apenas uma me restava: o que vai acontecer agora?
Saí da prova não aliviada, mas lamentando não poder fazer mais nada. Podia estudar mais dez madrugadas e de nada adiantaria. Acabara. Fui pra casa e embora ainda houvesse sol só restava a lua para mim. Uma cama e mais nenhuma estudada definitiva. Cheguei no meu quarto e não tive dúvida - uma guerra passara por ali. Apostilas espalhadas por todos os apoios, restos do caderno que voaram para o corredor, resumos, provas, redações, revistas, livros ocupavam todo o meu espaço. De todas as dúvidas que não consegui tirar na assistência, só uma permaneceu: o que vai acontecer agora?
(Juro que o próximo post não será sobre vestibular =] )
Saí da prova não aliviada, mas lamentando não poder fazer mais nada. Podia estudar mais dez madrugadas e de nada adiantaria. Acabara. Fui pra casa e embora ainda houvesse sol só restava a lua para mim. Uma cama e mais nenhuma estudada definitiva. Cheguei no meu quarto e não tive dúvida - uma guerra passara por ali. Apostilas espalhadas por todos os apoios, restos do caderno que voaram para o corredor, resumos, provas, redações, revistas, livros ocupavam todo o meu espaço. De todas as dúvidas que não consegui tirar na assistência, só uma permaneceu: o que vai acontecer agora?
(Juro que o próximo post não será sobre vestibular =] )
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