Nosso amor foi quase sempre perfeito. Talvez tirando as vezes em que você me ligou e eu esqueci o celular, ou aquela época que quando eu te via minhas mãos começavam a suar. Talvez tirando as vezes em que eu usei aquela blusa cor-de-rosa que você detesta e me pedia pra trocar (quando depois acabava preferindo a rosa mesmo!) e aquele outro dia em que você rasgou a minha saia depois do jantar...
Tirando também as formigas que apareceram na cama de repente, a cabeça que bateu na parede e a testa que bateu no dente, as roupas de baixo que ficaram presas nos pés numa pressa meio ardente... A vez que não tive coragem de te contar o que se passava comigo, quando eu gaguejava pra inventar uma história convincente...
Queria mesmo que a nossa história tivesse sido romântica bem mais do que foi comédia; passeios sob o luar, andar de mãos dadas enquanto sorrisos - sem restos de comida entre entre os dentes - partilhavam do ato mais sublime do amor, sendo parte de um cenário de cinema, contos de fada e poemas... (apenas se não tivesse que abrir mão dos passos improvisados de tango no meio do salão, e das risadas que demos depois: sem nenhum constrangimento).
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