As gotas de chuva viraram confetes coloridos,
serpentinas serpentearam a faixa de pedestres;
o palhaço que entrou na moda de repente,
o caminhão que virou trio elétrico,
o policial que já estava fantasiado,
os carros que ligaram o som da bateria
e nas vitrinas das lojas as perucas e lantejoulas que enfeitavam:
- É Carnaval em novembro!
A Colombina aproveitou o retorno do momento
pra deixar Pierrot e procurar Arlequim,
dançando enquanto mandava abrir alas que queria passar;
escorregou na casca de banana nanica
que a Xiquita Bacana tinha tirado,
essa que vestia um pano de prato suspeito e engraçado.
Levantou a Colombina, quem diria,
o Zezé, que nada era do que suspeitavam:
chamou a Maria Bonita pra largar o café a ser feito
e dançar um balançê com ele no tititi do tráfego.
Tinha bailarina e soldado de chumbo,
malabaris gringo e roda de baiana;
Tinha pipa e um céu de sol que até o vovô se animou.
O pouco virou festa de repente,
pulamos o Natal e o ano novo que ano que vem tem tudo de novo,
amanhã ainda é novembro
e nosso carnaval não acabou.
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