domingo, 1 de novembro de 2009
Querendo despir o mundo
Saí dos prantos e peguei carona com uma corrida arfante: a vinda fugida de um modo simples do complicado, do horizonte encarcerado numa roda morta de pavimentos. O mundo não sabia - queria desnudá-lo: as placas que levam todos a caminhos inventados fincavam nas flores as falsas, os acrílicos, as tintas, as plásticas-pétalas. E a chuva não levava o pesar jogado no ar, enquanto o vento tentava escapar do túnel para soprar uma melodia sem arranjos. Luzes que competiam com a lua enchida de tanto o sol ser estrela cobriam o amor que piscava na freqüência dos meus pulsos - balanço acelerado na tarde que também vermelha fingia ser. Pela noite corria vendo a alegria alheia que lhes atribuíram, dos sorrisos aos entorpencentes enlatados, pois sabia que o fim prometia me entregar uma toalha seca numa voz grave desmetaforizada e me olhar de olhos azuis de verdade - nossos olhares para a ver a vida absoluta era naquele só lugar. Nós e o mundo, despidos como tivéssemos estado num baile de máscaras.
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