quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Tola

Eu quero um amor que não seja
fogo que arde
e se sinta,
quero um amor que veja,
(apesar do que dizem);
eu quero um amor não-cego.
Eu quero um amor sem provas de amor,
sem almas gêmeas,
sem definição,
que não seja maior que o mar,
que caiba no coração.
Quero um amor condicional,
de algum verbo transitivo,
um amor com
cartas, filmes, canções
lógicos,
em que dois não sejam um só,
dois-amores,
queijo e goiabada
arroz com feijão,
não.
Eu quero um amor sem declaração
que não seja à primeira ou enésina vista,
pra toda vida,
ou pós-morte.
Um que não me faça loucuras por amor;
que não me faça morrer de amor.
Aquele que o poeta não escreve
e que os tolos desconhecem...

Eu quero um amor
que não sofra por amor.

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