Borbulhava um vinho vermelho na cabeça e não tinha culpa, atrás do batom rouge e do soutien carmin passara a noite trepada em saltos pretendendo fazer isso em outra coisa. Exalava seu chanel número 5 - e o cigarro numero 10 - e o trem número 30 que vinha, já ia. Pensou ouvir alguém dizer que ali não consiguiria nada - imaginou em quantas cabeças passava aquele mesmo pensamento ('esqueceram de se previnir desse vírus', pensou) - estava sentada demais para explicar que queria aquele nada. De engravatados desembebedados cheios de pressa e das 12 horas no relógio que marcavam o dia - e não a noite - ela queria mais é continuar naquele despojo. Sentada sem planejar a pose das pernas na estação, sentindo os pés descansarem em terra ao lado dos sapatos, o peso do blush caindo era muito para querer levantar os ombros. No ferver da cabeça começavam e acabavam as idéias como bolhas; notou ter sentido os mesmos olhos do dono de um cabelo despenteado - agora ainda mais - em sua face, mas o olhar então voltava, não mais ia. Uma jornada de trabalho dos outros e ela ali - começou a perceber pela dor nas costas. Levantou simples do banco e foi pra casa.
- Onde você estava?
- Fui fazer um teste vocacional prático.
- Nossa, legal! E descobriu que tem vocação pra quê?
- Peça de museu.
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
E agora?
Saí da última batalha não em paz mas lamentando não poder fazer mais nada. A guerra acabava e eu ainda tinhas as armas nas mãos, mas não havia alvo algum em que pudesse acertar. Acabou. Fui embora e embora ainda houvesse sol só restava a lua pra mim. Um colchão e mais nehum plano incrível. Cheguei no meu território e não tive dúvida de que uma guerra passara por ali. As coisas todas jogadas, derrubadas, aos pedaços, fora do lugar, ocupando o espaço que era vazio. De todas as incertezas que tivera apenas uma me restava: o que vai acontecer agora?
Saí da prova não aliviada, mas lamentando não poder fazer mais nada. Podia estudar mais dez madrugadas e de nada adiantaria. Acabara. Fui pra casa e embora ainda houvesse sol só restava a lua para mim. Uma cama e mais nenhuma estudada definitiva. Cheguei no meu quarto e não tive dúvida - uma guerra passara por ali. Apostilas espalhadas por todos os apoios, restos do caderno que voaram para o corredor, resumos, provas, redações, revistas, livros ocupavam todo o meu espaço. De todas as dúvidas que não consegui tirar na assistência, só uma permaneceu: o que vai acontecer agora?
(Juro que o próximo post não será sobre vestibular =] )
Saí da prova não aliviada, mas lamentando não poder fazer mais nada. Podia estudar mais dez madrugadas e de nada adiantaria. Acabara. Fui pra casa e embora ainda houvesse sol só restava a lua para mim. Uma cama e mais nenhuma estudada definitiva. Cheguei no meu quarto e não tive dúvida - uma guerra passara por ali. Apostilas espalhadas por todos os apoios, restos do caderno que voaram para o corredor, resumos, provas, redações, revistas, livros ocupavam todo o meu espaço. De todas as dúvidas que não consegui tirar na assistência, só uma permaneceu: o que vai acontecer agora?
(Juro que o próximo post não será sobre vestibular =] )
sábado, 28 de novembro de 2009
Véspera
Desde que desevitei os sabores de um bom paladar passei a freqüentar o supermercado menos até que o habitual - que graça tem perdurar o olhar na vitrina de colares da loja na qual você pode entrar e comprar quaisquer colares e brincos de dentro? Nesse caminho em que se ajeitaram as coisas é que eu andava por aí, pensando que andava numa esteira rolante prestes a chegar a lugar algum, mas -surpresa!- cheguei a tão inesperada véspera.
E em toda a véspera vou ao mercado. Não que marque na agenda um horário pra fazer isso, não, são aquelas visitas surpresa, emergenciais, do tipo: "Pai, esquecemos de comprar o panetone de chocolate do vô e o granulado da sobremesa!" E então lá vou eu enfrentar as bregas músicas de Natal de trilha sonora enquanto procuro apressada pelos detalhes finais que tentam estragar os arranjos já preparados. 'Se bem que gosto desse espírito natalino', penso eu quando já estou no caixa, até porque parece que todos resolveram partilhar o esquecimento de última hora comigo - a fila está enorme. Não tem problema, enquanto isso assisto às crianças ansiosas para ver o Papai Noel à noite, aos casais comprando champagne para um Natal romântico, às famílias fazendo compras juntas pela primeira vez no ano. É claro que na véspera as pessoas também estão mais solidárias, estamos todas vivendo um mesmo momento juntos, porque não conversar com a pessoa da fila? - Boa sorte pra você! Brigada, pra você também! E na saída a garoa fina e gelada, a única possível neve do nosso verão, fazia as luzinhas decorativas brilharem mais, e a rua parecia uma aconchegante ambiente familiar. E cantei alto, ninguém me ouvia, afinal, é Natal - dali a um mês.
Chegou a véspera. Algum dia ela chegaria. - "Pai, esqueci de comprar água mineral, caneta preta e maracujá pra conseguir dormir!" E lá fui eu. Deixei a ansiedade no caminho e me senti mais na véspera de Natal que do vestibular, há algo de mágico nos dois que me move do mesmo jeito: esperança. E por sorte encontrei alguém por lá pra me dar boa sorte - troquei alguns minutos do dia 28 de novembro por uns do 24 de dezembro, quanta sorte.
Boa sorte se você for fazer vestibular também. E boa véspera.
E em toda a véspera vou ao mercado. Não que marque na agenda um horário pra fazer isso, não, são aquelas visitas surpresa, emergenciais, do tipo: "Pai, esquecemos de comprar o panetone de chocolate do vô e o granulado da sobremesa!" E então lá vou eu enfrentar as bregas músicas de Natal de trilha sonora enquanto procuro apressada pelos detalhes finais que tentam estragar os arranjos já preparados. 'Se bem que gosto desse espírito natalino', penso eu quando já estou no caixa, até porque parece que todos resolveram partilhar o esquecimento de última hora comigo - a fila está enorme. Não tem problema, enquanto isso assisto às crianças ansiosas para ver o Papai Noel à noite, aos casais comprando champagne para um Natal romântico, às famílias fazendo compras juntas pela primeira vez no ano. É claro que na véspera as pessoas também estão mais solidárias, estamos todas vivendo um mesmo momento juntos, porque não conversar com a pessoa da fila? - Boa sorte pra você! Brigada, pra você também! E na saída a garoa fina e gelada, a única possível neve do nosso verão, fazia as luzinhas decorativas brilharem mais, e a rua parecia uma aconchegante ambiente familiar. E cantei alto, ninguém me ouvia, afinal, é Natal - dali a um mês.
Chegou a véspera. Algum dia ela chegaria. - "Pai, esqueci de comprar água mineral, caneta preta e maracujá pra conseguir dormir!" E lá fui eu. Deixei a ansiedade no caminho e me senti mais na véspera de Natal que do vestibular, há algo de mágico nos dois que me move do mesmo jeito: esperança. E por sorte encontrei alguém por lá pra me dar boa sorte - troquei alguns minutos do dia 28 de novembro por uns do 24 de dezembro, quanta sorte.
Boa sorte se você for fazer vestibular também. E boa véspera.
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
Carnaval em novembro
As gotas de chuva viraram confetes coloridos,
serpentinas serpentearam a faixa de pedestres;
o palhaço que entrou na moda de repente,
o caminhão que virou trio elétrico,
o policial que já estava fantasiado,
os carros que ligaram o som da bateria
e nas vitrinas das lojas as perucas e lantejoulas que enfeitavam:
- É Carnaval em novembro!
A Colombina aproveitou o retorno do momento
pra deixar Pierrot e procurar Arlequim,
dançando enquanto mandava abrir alas que queria passar;
escorregou na casca de banana nanica
que a Xiquita Bacana tinha tirado,
essa que vestia um pano de prato suspeito e engraçado.
Levantou a Colombina, quem diria,
o Zezé, que nada era do que suspeitavam:
chamou a Maria Bonita pra largar o café a ser feito
e dançar um balançê com ele no tititi do tráfego.
Tinha bailarina e soldado de chumbo,
malabaris gringo e roda de baiana;
Tinha pipa e um céu de sol que até o vovô se animou.
O pouco virou festa de repente,
pulamos o Natal e o ano novo que ano que vem tem tudo de novo,
amanhã ainda é novembro
e nosso carnaval não acabou.
serpentinas serpentearam a faixa de pedestres;
o palhaço que entrou na moda de repente,
o caminhão que virou trio elétrico,
o policial que já estava fantasiado,
os carros que ligaram o som da bateria
e nas vitrinas das lojas as perucas e lantejoulas que enfeitavam:
- É Carnaval em novembro!
A Colombina aproveitou o retorno do momento
pra deixar Pierrot e procurar Arlequim,
dançando enquanto mandava abrir alas que queria passar;
escorregou na casca de banana nanica
que a Xiquita Bacana tinha tirado,
essa que vestia um pano de prato suspeito e engraçado.
Levantou a Colombina, quem diria,
o Zezé, que nada era do que suspeitavam:
chamou a Maria Bonita pra largar o café a ser feito
e dançar um balançê com ele no tititi do tráfego.
Tinha bailarina e soldado de chumbo,
malabaris gringo e roda de baiana;
Tinha pipa e um céu de sol que até o vovô se animou.
O pouco virou festa de repente,
pulamos o Natal e o ano novo que ano que vem tem tudo de novo,
amanhã ainda é novembro
e nosso carnaval não acabou.
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
Ela
Uma - Sabe o que eu queria? Ser auto-suficiente como ela.
Outra - Mas você é alta o suficiente.
Uma - Mas não como ela. Ela, sei lá, é tão cheia de si.
Outra - Cheia? É, no máximo cheinha, eu diria que tá mais pra violão.
Uma - Sim, ela sabe, piano, violão, flauta-doce.
Outra - Ah, duvido que passe algum doce por aquela garganta.
Uma - Passa sim, não ouve que a voz dela é doce como a de uma fada?
Outra - Falando em passar, olha ela lá passando, cheia de graça!
Uma - É mesmo, ela passou em todos os concursos pelos quais concorreu e ainda nunca perde a humildade...
[Sempre achei que a inveja era duas caras].
Outra - Mas você é alta o suficiente.
Uma - Mas não como ela. Ela, sei lá, é tão cheia de si.
Outra - Cheia? É, no máximo cheinha, eu diria que tá mais pra violão.
Uma - Sim, ela sabe, piano, violão, flauta-doce.
Outra - Ah, duvido que passe algum doce por aquela garganta.
Uma - Passa sim, não ouve que a voz dela é doce como a de uma fada?
Outra - Falando em passar, olha ela lá passando, cheia de graça!
Uma - É mesmo, ela passou em todos os concursos pelos quais concorreu e ainda nunca perde a humildade...
[Sempre achei que a inveja era duas caras].
terça-feira, 10 de novembro de 2009
oirártnoC oA
Um final feliz tristonho,
cansado de ser feliz pra sempre,
partiu do Reino Tão Tão Distante,
à galope num cavalo branco,
pra pegar o sapato de cristal da princesa antes do príncipe,
e impedir uma vez que era pra ser.
[H0menagem a um dia em que não pus as mãos nos sapatos e os pés na maçaneta - e deixei de encontrar o mundo, na rua, tal como deveria ser].
cansado de ser feliz pra sempre,
partiu do Reino Tão Tão Distante,
à galope num cavalo branco,
pra pegar o sapato de cristal da princesa antes do príncipe,
e impedir uma vez que era pra ser.
[H0menagem a um dia em que não pus as mãos nos sapatos e os pés na maçaneta - e deixei de encontrar o mundo, na rua, tal como deveria ser].
domingo, 1 de novembro de 2009
Querendo despir o mundo
Saí dos prantos e peguei carona com uma corrida arfante: a vinda fugida de um modo simples do complicado, do horizonte encarcerado numa roda morta de pavimentos. O mundo não sabia - queria desnudá-lo: as placas que levam todos a caminhos inventados fincavam nas flores as falsas, os acrílicos, as tintas, as plásticas-pétalas. E a chuva não levava o pesar jogado no ar, enquanto o vento tentava escapar do túnel para soprar uma melodia sem arranjos. Luzes que competiam com a lua enchida de tanto o sol ser estrela cobriam o amor que piscava na freqüência dos meus pulsos - balanço acelerado na tarde que também vermelha fingia ser. Pela noite corria vendo a alegria alheia que lhes atribuíram, dos sorrisos aos entorpencentes enlatados, pois sabia que o fim prometia me entregar uma toalha seca numa voz grave desmetaforizada e me olhar de olhos azuis de verdade - nossos olhares para a ver a vida absoluta era naquele só lugar. Nós e o mundo, despidos como tivéssemos estado num baile de máscaras.
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Correspondência correspondente...
É quando vejo meu sorriso da semana
escorregando pelo sopro da porta
na palavra perfeita do remetente
(ao destino distante do destinatário)
de fina letra aflita -na escrita e pra ser lida...
olho o jornal ao lado e vejo só folha sulfite.
escorregando pelo sopro da porta
na palavra perfeita do remetente
(ao destino distante do destinatário)
de fina letra aflita -na escrita e pra ser lida...
olho o jornal ao lado e vejo só folha sulfite.
domingo, 18 de outubro de 2009
Lentamente, tudo às traças...
Paro de viver para, enfim, sonhar,
seguindo nessa estrada
as pegadas de outra viagem;
sinto que roubaram-me uma hora,
mas sol me engana lá fora,
e aqui dentro já entardeceu;
deitei pra me esconder do relógio,
e continuo sonhando,
nada a quem bate na porta
e a quem grita da rua;
ver pairar a paisagem,
é melhor que ali chegar,
abandonando de leve
como a brisa deixa no ar
sensação de já ver fim no horizonte,
- E, poeta, é poente, deixa pra lá...
P.S.: Amor e vida às traças e esse blog também!
seguindo nessa estrada
as pegadas de outra viagem;
sinto que roubaram-me uma hora,
mas sol me engana lá fora,
e aqui dentro já entardeceu;
deitei pra me esconder do relógio,
e continuo sonhando,
nada a quem bate na porta
e a quem grita da rua;
ver pairar a paisagem,
é melhor que ali chegar,
abandonando de leve
como a brisa deixa no ar
sensação de já ver fim no horizonte,
- E, poeta, é poente, deixa pra lá...
P.S.: Amor e vida às traças e esse blog também!
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
A nós mesmos e aos clichês, ouvidos
Abri as caixas todas, e os embrulhos, brilhos, pacotes - nada.
Cartas deles, delas- nada.
As folhas folheei dos livros, nem de ponta-cabeça - nada.
'Varreram as palavras pra baixo do tapete', levantei - nada.
-Abre a bíblia, só não escolhe, é aleatório, é a sorte!
Nada.
Da canção só ouvi o piano e o violão,
nem segunda voz cantou, coral,
nada.
Tentei assombração,
os espíritos
borra de café,
o destino na cartomante, nada.
Dicionário inglês, sânscrito, desenho animado, inanimado, japonês...
nada.
O mundo inteiro e um auto-falante jogado no fim da trilha,
a Terra que só gira e esquece de me mandar um telegrama,
sentei na areia, ouvi o vento soprando bobagem,
nada vindo de tudo,
nenhum um cartão postal de viagem.
Senti aquele frescor do ar,
e da pele, um perfume...
Fechei os olhos,
auto-falei e alto falei,
'Há tempo de tudo no mundo,
de chorar e aprender,
de liberdade e amargor
alegria e amor,
e esse tempo é como a palavra,
vem e vai pra sempre.
O mundo só gira,
você é que caminha,
se já passou por momentos piores,
agora, busca os momentos melhores.'
Abri os olhos,
e vi que a lua nem tinha pedido licença pra chegar,
mas, também, a lua só gira,
e as pessoas só falam - um nada sem sentido,
e nada melhor, nós mesmos,
deixar de lado as liras,
fechar os olhos,
usar um lugar-comum
e num lugar comum dizer:
o mundo só gira,
e ninguém melhor pra nos falar o que fazer,
que não nós mesmos.
Cartas deles, delas- nada.
As folhas folheei dos livros, nem de ponta-cabeça - nada.
'Varreram as palavras pra baixo do tapete', levantei - nada.
-Abre a bíblia, só não escolhe, é aleatório, é a sorte!
Nada.
Da canção só ouvi o piano e o violão,
nem segunda voz cantou, coral,
nada.
Tentei assombração,
os espíritos
borra de café,
o destino na cartomante, nada.
Dicionário inglês, sânscrito, desenho animado, inanimado, japonês...
nada.
O mundo inteiro e um auto-falante jogado no fim da trilha,
a Terra que só gira e esquece de me mandar um telegrama,
sentei na areia, ouvi o vento soprando bobagem,
nada vindo de tudo,
nenhum um cartão postal de viagem.
Senti aquele frescor do ar,
e da pele, um perfume...
Fechei os olhos,
auto-falei e alto falei,
'Há tempo de tudo no mundo,
de chorar e aprender,
de liberdade e amargor
alegria e amor,
e esse tempo é como a palavra,
vem e vai pra sempre.
O mundo só gira,
você é que caminha,
se já passou por momentos piores,
agora, busca os momentos melhores.'
Abri os olhos,
e vi que a lua nem tinha pedido licença pra chegar,
mas, também, a lua só gira,
e as pessoas só falam - um nada sem sentido,
e nada melhor, nós mesmos,
deixar de lado as liras,
fechar os olhos,
usar um lugar-comum
e num lugar comum dizer:
o mundo só gira,
e ninguém melhor pra nos falar o que fazer,
que não nós mesmos.
domingo, 4 de outubro de 2009
Romantismo no domingo...
"A ele,
da saudade que inventamos e que me mata...
Parados, descansando na sombra da loucura, exibindo sorrisos antigos, sabe o que somos?, cúmplices de um mundo de mentira. Só queria tirar os reboques das palavras pra dizer com clareza, te admiro os olhos claros, e você aí, feliz assim, sem mim mesmo, vive e abraça a certeza! Não quero te passar o vaso vazio do que é triste, falta-me as rosas, o que vive. Sobre - a vida - vivo, mas choro pra acompanhar a chuva, pra toda desgraça, olhos-lagos e lágrimas. Besteira de ilusão, algo de nós tocou, trocou de coração. Devolve-me? Manda por correio, corre, temos pressa, muito, e mais invenção.''
"A ela,
da saudade que criamos e que me mata...
Parados se movemos montanha, somos a força de uma pedra, guerra de braço que se ganha. Não se sabe o que é verdade nesse mundo, e o que se guarda muitas vezes é imundo. Por isso um desempacotar do que pode ser, joga-se fora as caixas e pendura o que se tem no varal, uma loucura, uma vergonha, um 'pode ser' normal. Eu que te dou flores pra te julgar tão bem. Você tem muito a quem, e comigo podemos o que temos: temo-nos. Perto ou longe não é certo nem errado, mas felicidade, só ao teu lado. Se deu asas ao coração e deixou-o voar, não sou ninguém contra o vento pra te entregar. Espero-te ou corro até ti, verdade pra mim é te amar.'
da saudade que inventamos e que me mata...
Parados, descansando na sombra da loucura, exibindo sorrisos antigos, sabe o que somos?, cúmplices de um mundo de mentira. Só queria tirar os reboques das palavras pra dizer com clareza, te admiro os olhos claros, e você aí, feliz assim, sem mim mesmo, vive e abraça a certeza! Não quero te passar o vaso vazio do que é triste, falta-me as rosas, o que vive. Sobre - a vida - vivo, mas choro pra acompanhar a chuva, pra toda desgraça, olhos-lagos e lágrimas. Besteira de ilusão, algo de nós tocou, trocou de coração. Devolve-me? Manda por correio, corre, temos pressa, muito, e mais invenção.''
"A ela,
da saudade que criamos e que me mata...
Parados se movemos montanha, somos a força de uma pedra, guerra de braço que se ganha. Não se sabe o que é verdade nesse mundo, e o que se guarda muitas vezes é imundo. Por isso um desempacotar do que pode ser, joga-se fora as caixas e pendura o que se tem no varal, uma loucura, uma vergonha, um 'pode ser' normal. Eu que te dou flores pra te julgar tão bem. Você tem muito a quem, e comigo podemos o que temos: temo-nos. Perto ou longe não é certo nem errado, mas felicidade, só ao teu lado. Se deu asas ao coração e deixou-o voar, não sou ninguém contra o vento pra te entregar. Espero-te ou corro até ti, verdade pra mim é te amar.'
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
Ataque aos porcos!
Sim!, pois
Eles estão com tudo!, com o vírus da gripe, com os orgasmos longos, com os bacons!
E outros estão por tudo e com os milhões!
Nos ministérios de educação, com a educação inteligente que falta às aulas do ensino público, com a inteligência capacional que mata às aulas do ensino privado,
com a justiça de métodos iguais à todos para seleção à universidade - devolvam-nos!
Porcos, sujeira e relaxo, suas falhas Darwin explica?
Não! Acreditem, atitudes suínas não instintivas, mas por poder!
E ergueram a lama, agora vemos: porque impedir as universidades de fazerem suas próprias seleções? Mais outra corrupção podre e suja de direcionamento intencional de vagas, que mostrou um pedaçinho da face dentre um escândalo com aparência boba.
Porcos, não deixem as escolas tão podres quanto seus chiqueiros,
e não saiam sujando o que estava bom no ensino superior.
Agora gastam mais 30 milhões,
como se não estivéssemos precisando de livros,
de pesquisas científicas, de realizações culturais.
Precisamos mesmo é de superiores com cabeça. E sem foçinho.
Eles estão com tudo!, com o vírus da gripe, com os orgasmos longos, com os bacons!
E outros estão por tudo e com os milhões!
Nos ministérios de educação, com a educação inteligente que falta às aulas do ensino público, com a inteligência capacional que mata às aulas do ensino privado,
com a justiça de métodos iguais à todos para seleção à universidade - devolvam-nos!
Porcos, sujeira e relaxo, suas falhas Darwin explica?
Não! Acreditem, atitudes suínas não instintivas, mas por poder!
E ergueram a lama, agora vemos: porque impedir as universidades de fazerem suas próprias seleções? Mais outra corrupção podre e suja de direcionamento intencional de vagas, que mostrou um pedaçinho da face dentre um escândalo com aparência boba.
Porcos, não deixem as escolas tão podres quanto seus chiqueiros,
e não saiam sujando o que estava bom no ensino superior.
Agora gastam mais 30 milhões,
como se não estivéssemos precisando de livros,
de pesquisas científicas, de realizações culturais.
Precisamos mesmo é de superiores com cabeça. E sem foçinho.
domingo, 27 de setembro de 2009
Pare de me instigar!
Ao entrar no elevador, encontrei-me com alguém...
- Isso, olha fundo nestes olhos, reflexo disperso, estão retos?
- Sombreiam ao menos.
- E essas olheiras? Que tinta de azul petroleiro é essa que pintaram aí?
- Ah, bem, não sei se aquilo foi sonho ou falta de dormir, o fato é que zanzei perambulando procurando uma causa perdida.
- Esqueça-a, roupas rasgam, livros também, então encosta no travesseiro, que se anoiteceu é pra não ver mesmo, ou sol seria. Que cara plácida, lavada! Bem faria-lhe um batom!
- Vermelho? Será que ele me viu estampada em mim mesma assim pela manhã?
- Ah, tive impressão de olhar canteiro vindo dele, mal sei. Melhor tentar o batom. Já encheu os lagos de lágrimas de novo? Bem fosse seca de deserto esse olhos miúdos. Pelo menos cílios longos pra piscadas. Rugas grandes de moldura, quanta sobra...
- Pare com isso, sou só eu, desde menina.
- Não sei, difere tanto, pele manchada, tampa e cortina. Cadê aquela alegria boba de estar?
- Ah, tá por aí, hora ou outra encontro-a. Melhor sorrir mesmo.
- Nossa que sorriso pequeno, escancara!
- Assim?
- Sim, mas é o batom. Segura esses cabelos na cabeça, se não, caem-lhe ... Que rosado o rosto!
- Bem fariam-me umas rosas ganhadas...
- Ah, procura nos livros, vai estudar mais que acha e ganha, chegamos.
Desci. E da próxima vez só pego elevadores sem espelho. Sempre encontro aquela mesma pessoa do reflexo, dele me encarando e instigando.
- Isso, olha fundo nestes olhos, reflexo disperso, estão retos?
- Sombreiam ao menos.
- E essas olheiras? Que tinta de azul petroleiro é essa que pintaram aí?
- Ah, bem, não sei se aquilo foi sonho ou falta de dormir, o fato é que zanzei perambulando procurando uma causa perdida.
- Esqueça-a, roupas rasgam, livros também, então encosta no travesseiro, que se anoiteceu é pra não ver mesmo, ou sol seria. Que cara plácida, lavada! Bem faria-lhe um batom!
- Vermelho? Será que ele me viu estampada em mim mesma assim pela manhã?
- Ah, tive impressão de olhar canteiro vindo dele, mal sei. Melhor tentar o batom. Já encheu os lagos de lágrimas de novo? Bem fosse seca de deserto esse olhos miúdos. Pelo menos cílios longos pra piscadas. Rugas grandes de moldura, quanta sobra...
- Pare com isso, sou só eu, desde menina.
- Não sei, difere tanto, pele manchada, tampa e cortina. Cadê aquela alegria boba de estar?
- Ah, tá por aí, hora ou outra encontro-a. Melhor sorrir mesmo.
- Nossa que sorriso pequeno, escancara!
- Assim?
- Sim, mas é o batom. Segura esses cabelos na cabeça, se não, caem-lhe ... Que rosado o rosto!
- Bem fariam-me umas rosas ganhadas...
- Ah, procura nos livros, vai estudar mais que acha e ganha, chegamos.
Desci. E da próxima vez só pego elevadores sem espelho. Sempre encontro aquela mesma pessoa do reflexo, dele me encarando e instigando.
terça-feira, 22 de setembro de 2009
Precipitados
Abriu os olhos e não viu a meia luz das velas vermelhas,
atrás da cortina acendia-se a grande lâmpada do Sistema,
tudo voltava ao normal, problema.
Saltou e do salto viu,
o salto alto jogado na estante,
a meia de seda,
o vestido, o diamante.
Os olhos saltados,
borrados,
buscavam,
camisa,
calça,
terno,
um breu,
um ego deixado,
um algo não seu.
Nem lembrava se a lua pela vidraça
fora cheia, crescente, ou minguante,
Só cheia era a taça,
crescente o choro,
minguante a graça.
O repirar achou
ao largar do isqueiro,
junto às rosas, o cheiro,
um eau de parfum
deixado no travesseiro.
De cabelos desalinhados,
boca suja de batom,
abriu a porta,
descalça e moleton,
correu pra encotrar
o dono dos aromas
e das rosas
em qualquer lugar.
Num desencontro,
um, elevador,
outro, escada,
ela descia.
Ele subia,
num braço o café da manhã,
no outro, lírio embalado.
Porta trancada, voltou os passos,
não lhe deixou recado.
Pensou em nada,
mas que ela o deixara.
E ele, ela em paz,
pra nunca mais,
numa despedida calada.
Catástrofe precipitada.
atrás da cortina acendia-se a grande lâmpada do Sistema,
tudo voltava ao normal, problema.
Saltou e do salto viu,
o salto alto jogado na estante,
a meia de seda,
o vestido, o diamante.
Os olhos saltados,
borrados,
buscavam,
camisa,
calça,
terno,
um breu,
um ego deixado,
um algo não seu.
Nem lembrava se a lua pela vidraça
fora cheia, crescente, ou minguante,
Só cheia era a taça,
crescente o choro,
minguante a graça.
O repirar achou
ao largar do isqueiro,
junto às rosas, o cheiro,
um eau de parfum
deixado no travesseiro.
De cabelos desalinhados,
boca suja de batom,
abriu a porta,
descalça e moleton,
correu pra encotrar
o dono dos aromas
e das rosas
em qualquer lugar.
Num desencontro,
um, elevador,
outro, escada,
ela descia.
Ele subia,
num braço o café da manhã,
no outro, lírio embalado.
Porta trancada, voltou os passos,
não lhe deixou recado.
Pensou em nada,
mas que ela o deixara.
E ele, ela em paz,
pra nunca mais,
numa despedida calada.
Catástrofe precipitada.
domingo, 20 de setembro de 2009
Beautiful waste of time
Sweet taste of doing nothing,
let's kill the time together?
Just like a bang-bang movie,
or a fairy tale happily ever after.
Drinking beers to the sunset
till the day comes up again.
Watch the birds, burn the watches,
Drawing the maps, jumping from trains.
Steal the money from a fortune-teller,
Getting tips in avenues,
Then spend it all together,
Taking pics, me and you.
Not to reveal or to see,
Just to dream and sleep in time,
like we always wanted to,
rescue a pleasure left behind.
let's kill the time together?
Just like a bang-bang movie,
or a fairy tale happily ever after.
Drinking beers to the sunset
till the day comes up again.
Watch the birds, burn the watches,
Drawing the maps, jumping from trains.
Steal the money from a fortune-teller,
Getting tips in avenues,
Then spend it all together,
Taking pics, me and you.
Not to reveal or to see,
Just to dream and sleep in time,
like we always wanted to,
rescue a pleasure left behind.
All that passes by, washes and goes by
I don't have that sand fixed in the skin with the sunscream any longer,
not that black make-up and pink lipstick and that rose's smelt from the lotion, no, no more.
All that came,
washed
took,
got,
all
off.
In the nights I look for your hands,
surprise, surprise,
you're not upon my arms.
Since that day,
when the rain passes, and washes, and went by.
It took you from me
just like the petals
of that rose
used for the body lotion
took from the wind
that came, and weaspered, and ran far.
not that black make-up and pink lipstick and that rose's smelt from the lotion, no, no more.
All that came,
washed
took,
got,
all
off.
In the nights I look for your hands,
surprise, surprise,
you're not upon my arms.
Since that day,
when the rain passes, and washes, and went by.
It took you from me
just like the petals
of that rose
used for the body lotion
took from the wind
that came, and weaspered, and ran far.
sábado, 12 de setembro de 2009
Lá ou cá?
- Acho que devemos ir pra Berlim!
- Não, Nova Iorque!
- Pegar um trem e andar de bicicleta nos campos primaveris a caminho de Mintelberg
- Andar de bicicleta pelo Central Park a tarde inteira
- Como no The Reader
- Como Autumn in New York
- Passear na margem do Reno
- Passear da Ponte do Brooklyn
- Tirar foto no muro que sobrou
- Aparecer no telão no meio da Time Square
- Ver as cidades cheias das casinhas típicas
- Ver as pessoas mais modernas do mundo
- Berliner Dom
- Empire State Building
- Tá, cansei... vamos decidir de uma vez.
- Então, você que sabe, Curitiba ou Camboriú?
- Não, Nova Iorque!
- Pegar um trem e andar de bicicleta nos campos primaveris a caminho de Mintelberg
- Andar de bicicleta pelo Central Park a tarde inteira
- Como no The Reader
- Como Autumn in New York
- Cerveja, a maior do mundo
- Coca-cola, a maior do mundo- Passear na margem do Reno
- Passear da Ponte do Brooklyn
- Tirar foto no muro que sobrou
- Aparecer no telão no meio da Time Square
- Ver as cidades cheias das casinhas típicas
- Ver as pessoas mais modernas do mundo
- Berliner Dom
- Empire State Building
- Tá, cansei... vamos decidir de uma vez.
- Então, você que sabe, Curitiba ou Camboriú?
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
Órgão principal
De todos os fios, os que restaram no travesseiro: suficiência. Não há pra que mais. Na escova, o resto. No chão, quase o todo. O vento balança-os cá ou lá de qualquer jeito. Daquele coração, sal ou ferro: caiu pouco. Pesado e fraco. Um esmalte vermelho, velho e empedrado. Não batia bem aqui ou ali há tempo. Dos pulmões imundos, desceu pó e subiu fumaça. Entre os carros todos os dias, dióxido de carbono ia atropelá-lo. Estava vivendo sob pressão de um modo ou outro. Do cérebro, levou as lembranças, não lembro. Ficava horas beirando o abismo entre o sonho e a verdade, meio suicida ele andava mesmo.
De
tudo,
pouco
a pouco,
nada
sobrou.
A vida,
tirou,
de mim,
tudo de mim:
morte.
O corpo morreu,
eu vivi.
Nem senti.
Eu,
Eu não morri.
Porquê?
Tiraram-me tudo,
menos você.
De
tudo,
pouco
a pouco,
nada
sobrou.
A vida,
tirou,
de mim,
tudo de mim:
morte.
O corpo morreu,
eu vivi.
Nem senti.
Eu,
Eu não morri.
Porquê?
Tiraram-me tudo,
menos você.
terça-feira, 8 de setembro de 2009
Escorregando para não cair
No chão da varanda
derrubaram azeite
e sabão em pó
e detergente.
Alguém precisou colocar
a cadeira de três pernas
naquele mesmo lugar.
A menina tinha deixado
bolinhas de gude espalhadas,
Então usei a cadeira sem perna
Pra pegar do varal as meias molhadas
e subir em patins laminados.
O pessoal do circo
tinha deixado de lado
as cordas bambas pelas paredes
e as gangorras
e os bichos treinados
e as sapatilhas de ponta das bailarinas
no chão de azeite, azeitonas e caroços.
E eu, que achei que ia me sentar na varanda
e ver a lua sem precisar me equilibrar,
Via taças e garrafas de vinho tomado
e degraus novos a me chacoalhar.
-Alguém pode colocar o chão no tapete por favor?,
Preciso de certezas pra pisar.
derrubaram azeite
e sabão em pó
e detergente.
Alguém precisou colocar
a cadeira de três pernas
naquele mesmo lugar.
A menina tinha deixado
bolinhas de gude espalhadas,
Então usei a cadeira sem perna
Pra pegar do varal as meias molhadas
e subir em patins laminados.
O pessoal do circo
tinha deixado de lado
as cordas bambas pelas paredes
e as gangorras
e os bichos treinados
e as sapatilhas de ponta das bailarinas
no chão de azeite, azeitonas e caroços.
E eu, que achei que ia me sentar na varanda
e ver a lua sem precisar me equilibrar,
Via taças e garrafas de vinho tomado
e degraus novos a me chacoalhar.
-Alguém pode colocar o chão no tapete por favor?,
Preciso de certezas pra pisar.
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
O que vou ser quando crescer
- Astronauta de outra galáxia, bailarina de circo nômade, bióloga de animais gigantes, cientista de experimentos proibidos, motorista de trem fantasma, engenheira de prédios voadores, cenegrafista de tubarões, testadora de brinquedos da disney, detetive da polícia internacional, espiã da CIA, paraquedista de precipícios patrocinada...
- Tem certeza que não quer ser médica minha filha?
- Tenho mãe, muito perigoso.
- Tem certeza que não quer ser médica minha filha?
- Tenho mãe, muito perigoso.
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
1 minuto
19h 29min, 1 minuto para dizer tudo. Aqui dói, ali também, as besteiras do dia formam pilhas, a matéria se recusa a ir embora, a música da Maria Rita não pára de tocar, você vê meu pensar o dia inteiro, plano A, plano B, plano C, plano Desespero, mania de passar a mão no cabelo. Sou bonita? Preciso de um espelho sincero. Sou normal? Preciso de um psicólogo mentiroso. 19h30.
domingo, 30 de agosto de 2009
De repente, surtamos.
Não pense. Suas mãos estão trêmulas e a razão perdeu o comando. O sorriso se espalhou pelo rosto e probabilidade tomou fermento e cresceu. O ar parou, o mundo girou, um roda-roda que mais parece a vida está nos rodando. As estrelas estão dançando, as apostas aumentaram e soltaram os fogos de artifício. A insanidade que nos guia tomou altas doses de uísque, os sapatos saíram do chão, voamos num ritmo descoordenado, numa rapidez sem pressa, ao som da nossa música que pulou do som pra todo o lugar.
De repente uma proposta insana, à qual eu disse sim.
Esse vinho ou se toma ou se azeda.
A vida é assim.
De repente uma proposta insana, à qual eu disse sim.
Esse vinho ou se toma ou se azeda.
A vida é assim.
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
Ela e a poesia tola (dela).
Ela sopra.
Restam os nomes.
Caem as vírgulas.
Quedam
as
frases.
Pausas.
E-nor-mes.
Ela pensa que poesia é hipnose.
Alvo bala tiro queda faça vá siga peça.
Ela finge.
Não sei se come ou se dorme. Sei que tem olhos de fome.
Não combina, quase rima.
Pode pôr, que o sentido não tem valor;
pulço e mão não dependem da razão.
-É abstrato! Você que não tem tato, olfato, palato, imaginação.
-Você que constrói pouca imagem e pouca ação.
Pausa.
Abre.
Dicionário.
Ela embaralha as palavras e sonha em ser poeta.
Ela cata o cotidiano.
Cheira à folha do jornal.
Qualquer comum
hoje é intelectual.
Restam os nomes.
Caem as vírgulas.
Quedam
as
frases.
Pausas.
E-nor-mes.
Ela pensa que poesia é hipnose.
Alvo bala tiro queda faça vá siga peça.
Ela finge.
Não sei se come ou se dorme. Sei que tem olhos de fome.
Não combina, quase rima.
Pode pôr, que o sentido não tem valor;
pulço e mão não dependem da razão.
-É abstrato! Você que não tem tato, olfato, palato, imaginação.
-Você que constrói pouca imagem e pouca ação.
Pausa.
Abre.
Dicionário.
Ela embaralha as palavras e sonha em ser poeta.
Ela cata o cotidiano.
Cheira à folha do jornal.
Qualquer comum
hoje é intelectual.
terça-feira, 25 de agosto de 2009
O importante é vencer
Nunca tinha sido titular no time dos otimistas. Não era capaz de usar aquela tática de Jogo do Contente que mais parecia ter sido tirada do livro Pollyanna. Só para exemplificar, adivinha o que o treinador falou quando o time foi para a segunda divisão? "Vamos lá galera, temos que agradecer por não estarmos na terceira!!" . Francamente.
Apesar disso, eu tava sempre no banco de reserva pra dar uma força caso um otimista precisasse faltar. Num certo dia de jogo, o time dos pessimistas veio jogar com a gente. Zero a zero. Empatamos. "Bola pra frente moçada! Podíamos ter perdido!", veio proclamando o técnico. Foi então que, cansada de me calar ante aos murmúrios de satisfação dos meus colegas, resolvi me manisfestar. "Bola pra frente? Isso foi a única coisa que não fizemos! No jogo todo a bola abraçou confortável a tristeza do gramado e deixamos por isso mesmo, achando que era bastante! Negativo! (Ao falar esse palavrão fui olhada discriminadamente, mas prossegui) Temos que aceitar que a vitória virá quando a bola puder abraçar com alegria e euforia o fundo da rede, quantas vezes a mais do time adversário forem precisas!!
Naquele dia, o treinador veio falar comigo. Ele achou que eu deveria entrar pro time como titular, finalmente.
Ocupei a posição de centro-avante.
Num certo dia de chuva, tínhamos jogo. Depois do discurso confiante do técnico, reuni todo mundo e alertei: gente, tenham cuidado para não perder a visão da bola. Não fiquem achando que ela está com o nosso time enquanto ela está com time adversário! Diante dos olhares pasmos, arremessei mais umas palavras de confiança e então eles pareceram entender.
O jogo foi difícil. Pouco restou da minha voz que desperdiçei gritando com meus colegas para ocuparem a posição certa. Depois da segunda metade do segundo tempo, o time dos realistas, nossos adversários, desistiram. Nao que tivessem tirado suas chuteiras e arremessado longe, mas pararam de perseguir bravamente a bola porque a probabilidade de ganhar era mínima. Mas eu e meu time, continuamos. E não, eu não tinha me tornado uma otimista. Não espalhava pelo campo sorrisos para a arquibancada. A única coisa que me fazia pertencer ao meu time era a vontade de vencer. Era a vitória vindo com as comemorações, os merecimentos, os abraços . Faltando um minuto pro fim, não estávamos felizes devido a um provável empate. Mas porque ainda tínhamos 60 segundos para vencer.
E foi naquele dia que finalmente os otimistas puderam saborear o gosto da real felicidade, crua e nua, e não daquela que vinha pra disfarçar o sabor amargo da tristeza. Vencêramos, felicidade de verdade.
Às vezes recebo algumas ofertas de altos salários para jogar oficialmente no time dos pessimistas, as quais acabo recusando. No fim de tudo, o que me vale é a taça de campeã.
Apesar disso, eu tava sempre no banco de reserva pra dar uma força caso um otimista precisasse faltar. Num certo dia de jogo, o time dos pessimistas veio jogar com a gente. Zero a zero. Empatamos. "Bola pra frente moçada! Podíamos ter perdido!", veio proclamando o técnico. Foi então que, cansada de me calar ante aos murmúrios de satisfação dos meus colegas, resolvi me manisfestar. "Bola pra frente? Isso foi a única coisa que não fizemos! No jogo todo a bola abraçou confortável a tristeza do gramado e deixamos por isso mesmo, achando que era bastante! Negativo! (Ao falar esse palavrão fui olhada discriminadamente, mas prossegui) Temos que aceitar que a vitória virá quando a bola puder abraçar com alegria e euforia o fundo da rede, quantas vezes a mais do time adversário forem precisas!!
Naquele dia, o treinador veio falar comigo. Ele achou que eu deveria entrar pro time como titular, finalmente.
Ocupei a posição de centro-avante.
Num certo dia de chuva, tínhamos jogo. Depois do discurso confiante do técnico, reuni todo mundo e alertei: gente, tenham cuidado para não perder a visão da bola. Não fiquem achando que ela está com o nosso time enquanto ela está com time adversário! Diante dos olhares pasmos, arremessei mais umas palavras de confiança e então eles pareceram entender.
O jogo foi difícil. Pouco restou da minha voz que desperdiçei gritando com meus colegas para ocuparem a posição certa. Depois da segunda metade do segundo tempo, o time dos realistas, nossos adversários, desistiram. Nao que tivessem tirado suas chuteiras e arremessado longe, mas pararam de perseguir bravamente a bola porque a probabilidade de ganhar era mínima. Mas eu e meu time, continuamos. E não, eu não tinha me tornado uma otimista. Não espalhava pelo campo sorrisos para a arquibancada. A única coisa que me fazia pertencer ao meu time era a vontade de vencer. Era a vitória vindo com as comemorações, os merecimentos, os abraços . Faltando um minuto pro fim, não estávamos felizes devido a um provável empate. Mas porque ainda tínhamos 60 segundos para vencer.
E foi naquele dia que finalmente os otimistas puderam saborear o gosto da real felicidade, crua e nua, e não daquela que vinha pra disfarçar o sabor amargo da tristeza. Vencêramos, felicidade de verdade.
Às vezes recebo algumas ofertas de altos salários para jogar oficialmente no time dos pessimistas, as quais acabo recusando. No fim de tudo, o que me vale é a taça de campeã.
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
Diálogo tolo
Nada para fazer numa viagem de ônibus.
- Vamos brincar de alternar palavras sinônimas?
- Vamos! Você começa!
- Amor!
- Ódio!
- Ódio? mas ódio é antônimo!
- Claro que não! Antônimo de amor é indiferença! Quando muito se odeia, muito se ama!
- Tá, não vale concepções pessoais!
- Ok! Jovens!
- Idealismo!
- Idealismo? Tá mais pra consumismo!
- Será?
- Aham!
- Tá, só vale palavras concretas então!
- Ok.
- Comida!
- Chiclets!
- Chiclets não é comida! É goma de mascar!
- Mas tem açúcar!
- Poxa, podia ter falado bolo! Vamos ter que recomeçar. Não vale significados implícitos!
- Ônibus!
- Busão!
- Ah, pera aí! São exatamente a mesma coisa! Só que um é gíria!
- Tá, pega uma caneta.
- Ué, agora só valem frases?
- Não! Vamos jogar jogo da velha!
- Vamos brincar de alternar palavras sinônimas?
- Vamos! Você começa!
- Amor!
- Ódio!
- Ódio? mas ódio é antônimo!
- Claro que não! Antônimo de amor é indiferença! Quando muito se odeia, muito se ama!
- Tá, não vale concepções pessoais!
- Ok! Jovens!
- Idealismo!
- Idealismo? Tá mais pra consumismo!
- Será?
- Aham!
- Tá, só vale palavras concretas então!
- Ok.
- Comida!
- Chiclets!
- Chiclets não é comida! É goma de mascar!
- Mas tem açúcar!
- Poxa, podia ter falado bolo! Vamos ter que recomeçar. Não vale significados implícitos!
- Ônibus!
- Busão!
- Ah, pera aí! São exatamente a mesma coisa! Só que um é gíria!
- Tá, pega uma caneta.
- Ué, agora só valem frases?
- Não! Vamos jogar jogo da velha!
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
Conselhos: fórmulas sem aplicação
Com o passar dos anos, minha memória se prontificou a fazer uma grande obra: um museu de conselhos localizado no meu cérebro. Todos os conselhos que ela conseguiu guardar: grandes, pequenos, da vó ou modernistas. Conselhos que recebi e apreciei no momento, a auto-suficiente Memória emoldurou, pendurou nas paredes cerebrais, e deixou em exposição para os Impulsos Nervosos fazerem uma visitinha. Ela nem quis cobrar entrada. Grátis. O museu ficou muito simpático, os queridos Impulsos sempre vão visitá-lo. O problema é que eles vão, pensam em tirar uma foto, divulgar, relatar para alguém, mas no fim das contas viram as costas e vão embora, do mesmo jeito que vieram. Memória já notou isso, mas não quer fechar uma construção que levou tanto tempo para fazer. O museu está repleto de conselhos coloridos, mas que na prática, sao iguais a folhas em branco aos planos dos Impulsos, que nervosos e críticos, seguem e prestigiam outros museus.
No fim, aquele velho ditado era verdade: se conselho fosse bom, não se dava, se vendia.
No fim, aquele velho ditado era verdade: se conselho fosse bom, não se dava, se vendia.
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
Receita para quem tem tempo
Pegue todo o seu tempo disponível e corte em semanas. Coloque o final de semana no congelador. Jogue as noites no lixo e coloque os dias no liquidificador. Bata, em máxima potência, até obter horas. Despeje-as numa panela e coloque-as em fogo baixo. Quando o último milésimo das horas evaporar, note que sobrará no fundo uma espécie de caldo, chamado 'arrependimento', que renderá cerca de 20 porções. Tempere a gosto.
De sobremesa tem final de semana congelado.
De sobremesa tem final de semana congelado.
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
Para sair da periodicidade
Estou sentada numa roda gigante girando há dias, vendo o tudo sob os mesmos ângulos e sendo movida por voltas e giros de mesma medida...
Amanhã vou na biblioteca pública estudar! Levarei 4 apostilas, 3 cadernos, as 11 canetas, 1 borracha-gigante e lapiseira!
E vou deixar em casa, sem titubear, o computador, o celular, o sofá e a geladeira!
Preciso descer da roda gigante antes que ela trave...
Amanhã vou na biblioteca pública estudar! Levarei 4 apostilas, 3 cadernos, as 11 canetas, 1 borracha-gigante e lapiseira!
E vou deixar em casa, sem titubear, o computador, o celular, o sofá e a geladeira!
Preciso descer da roda gigante antes que ela trave...
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
Estou ótima
- E então doutor, está tudo bem comigo?
- Sim, com você sim. Só quero recomendar uma dieta à sua consciência, um complexo vitamínico à sua coragem, férias ao seu cérebro, fisioterapia para seu sorriso, creme anti-rugas para suas ideias, injeção de hormônio de crescimento à sua paciência, um psicólogo ao seu humor, café ao seu juízo e sonífero a suas mãos.
- Sim, com você sim. Só quero recomendar uma dieta à sua consciência, um complexo vitamínico à sua coragem, férias ao seu cérebro, fisioterapia para seu sorriso, creme anti-rugas para suas ideias, injeção de hormônio de crescimento à sua paciência, um psicólogo ao seu humor, café ao seu juízo e sonífero a suas mãos.
domingo, 9 de agosto de 2009
Rápido, porque a felicidade tem pressa
Felicidade: Bola de chiclets. Enaltece e esvairece. Acabou, faz outra.
Felicidade: Bolha de sabão. Dispersa a luz. Vai até a criança. Pluf! Estourou.
Felicidade: Bombom de chocolate. Uma mordida (que delícia), na segunda, cadê o recheio? Tem migalhas no tapete.
Felicidade: Estrela cadente. Cadê? Ali! Aonde? Já foi.
Felicidade: Bolha de sabão. Dispersa a luz. Vai até a criança. Pluf! Estourou.
Felicidade: Bombom de chocolate. Uma mordida (que delícia), na segunda, cadê o recheio? Tem migalhas no tapete.
Felicidade: Estrela cadente. Cadê? Ali! Aonde? Já foi.
2° domingo de agosto
Andar de bicicleta no parque, passeios no mercado municipal, o cachorrinho que ganhei aos 7 anos, supresas quando voltava de viagem, histórias antes de dormir, a lista de brincadeiras que fizemos, cambalhotas no ar, tentativa frustrada de fazer sonhos, sujar o carro da mãe com o açúcar dos sonhos, músicas juntos no piano, balas de goma antes do jantar, viagens à São Paulo de carro, viagem à cidade-luz, viagem à Buenos Aires, viagens que não teriam aberto minha mente se não fosse você, risadas no carro no caminho a comemoração de natal, os filmes da disney que vimos, cinema depois da aula, os presentes que você acertou, cafés da manhã nas confeitarias da XV, a carona aos treinos domingo de manhã, a paciência enquanto esperava eu me arrumar, acordar às 5 da manhã pra me buscar, a sua capacidade de suprir a ausência da mãe, o cuidado que você teve com ela que ela nao recebeu de mais ninguém, a sua vontade de viver e formar outra família.
Acho que tenho motivos pra dizer... obrigada, Pai! Feliz dias dos pais!
Acho que tenho motivos pra dizer... obrigada, Pai! Feliz dias dos pais!
sexta-feira, 7 de agosto de 2009
Conversando no telefone
- Sabia que a gripe suína já matou 140 pessoas em Ctba?
- Puxa, sobrou muito pouco.
- É verdade, o ministério da saúde só não quer confirmar.
- Hmm, que bom!
- E o exército vai circundar a cidade inteira.
- Adoro cobertura...
- Teremos aula até o dia do Natal para repormos essas que estao sendo perdidas.
- hmm, que coisa boa!
- Como assim?
- Ah, como, como mesmo. Adoro esse bolo de chocolate que minha vó faz.
(favor dar risada, ou achar engraçadinho).
- Puxa, sobrou muito pouco.
- É verdade, o ministério da saúde só não quer confirmar.
- Hmm, que bom!
- E o exército vai circundar a cidade inteira.
- Adoro cobertura...
- Teremos aula até o dia do Natal para repormos essas que estao sendo perdidas.
- hmm, que coisa boa!
- Como assim?
- Ah, como, como mesmo. Adoro esse bolo de chocolate que minha vó faz.
(favor dar risada, ou achar engraçadinho).
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
Remanescências de um surto pessimista
Tenho medo de que as cortinas da vida abram e eu esteja ali, tentando contracenar com atores bonecos, segurando a fala na mão. E que eu olhe em volta e veja que o cenário é tão artificial que não esteja enganando nem mesmo as crianças. Um rio sem água, uma árvore sem tronco, um banco sem pés. E que eu queira entrar no camarim, mas não ache as paredes, só milhares de dedos voltados pra mim, e tomates virando molho sob o palco.
Hoje o dia virou mais uma tela de um céu azul e um sol alegre que eu tive que admirar de longe, só um detalhe.
Hoje o dia virou mais uma tela de um céu azul e um sol alegre que eu tive que admirar de longe, só um detalhe.
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
Autor: Sono
Meu neurônio idiota vomitou palavrasinhas quaisquer desesperadas que não eram uma frase com sentido até saírem de mim. Sorte, elas nunca mais deram as caras, nunca mais passaram pelas minhas sinapses tontas. Agora, na exata geometria da minha razão, a consciência despertou. Me deixe dormir, eu não disse o que minha voz soou naquele instante.
Amanhã o dia vai virar mais uma tela de um céu azul e um sol alegre que eu vou ter que admirar de longe, só um detalhe.
Tá, vamos evitar o inevitável. Nao vou falar sobre você ainda. Até o desespero.
Amanhã o dia vai virar mais uma tela de um céu azul e um sol alegre que eu vou ter que admirar de longe, só um detalhe.
Tá, vamos evitar o inevitável. Nao vou falar sobre você ainda. Até o desespero.
A escola é o extermínio da arte
Campo de concentração: escola
Grupo a ser exterminado: artista. Eles entram com pouca idade, saem com muita - os que saem - apresentando dificuldades de expressão, sensibilidade e criatividade.
Remanescentes: por sorte hoje a pscinálise tem sido substituída pela pintura para a recuperação.
(Tenho vontade de terminar de pintar aquela parede da escola com giz de cera).
Grupo a ser exterminado: artista. Eles entram com pouca idade, saem com muita - os que saem - apresentando dificuldades de expressão, sensibilidade e criatividade.
Remanescentes: por sorte hoje a pscinálise tem sido substituída pela pintura para a recuperação.
(Tenho vontade de terminar de pintar aquela parede da escola com giz de cera).
terça-feira, 4 de agosto de 2009
O que se é
Ele: Amor, Alegria, Amizade, Aventura, Aprendizagem.
Ela: blusa, colar, laptop, filme, chave, loção, cama, perfume, adesivo, caneta, telefone, agenda, sapato, batom, volante, sorvete, loja, tela, sofá, estante, banheira, caixa, abajour, bolsa, tênis, vinho, sobremesa, mural, geladeira, avião, bicicleta, porta-retrato, boneca, casa, papel, câmera, I-pod, carta, revista, carro.
Elas: nada. passam a vida pensando que Ela é bastante.
Ela: blusa, colar, laptop, filme, chave, loção, cama, perfume, adesivo, caneta, telefone, agenda, sapato, batom, volante, sorvete, loja, tela, sofá, estante, banheira, caixa, abajour, bolsa, tênis, vinho, sobremesa, mural, geladeira, avião, bicicleta, porta-retrato, boneca, casa, papel, câmera, I-pod, carta, revista, carro.
Elas: nada. passam a vida pensando que Ela é bastante.
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
Palavras finais sobre o dia que morreu
Sorte que ontem acabou, poderia ter matado o dia se ele fosse vivo, passei a tarde por me arrastar de um lado pro outro com uma cara de assustar até fantasma e praticamente com uma placa 'nao perturbe' pendurada na testa, porque parece que todo mundo aqui em casa parecia disfarçar e dar meia volta quando me via. A verdade é que por algum motivo do além, eu não conseguia pregar o olho desde que cheguei da festinha da minha amiga, lá pelas duas da manhã. Não sei se era medo de ter pesadelos com essa semana de férias forçadas na qual a gente vai ter aulas pela internet (minha vó quase teve um treco quando soube disso, ela achou que seriam pra sempre essas aulas online, e cá pra nós, isso pode acontecer, mas fiz questao de garanti-la que não.) Enfim, ontem era domingo. Coincidência?
domingo, 2 de agosto de 2009
Felicidade estranha
Ontem chorei de felicidade. Não que eu tenha ganhado na loteria. Mas estava simplesmente com uma amiga e um amigo queridos, conversando banalidades e comendo sonho de valsa. Por alguns minutos naquela hora não senti frio, calor, vontade de estar em outro lugar, falta ou excesso de nada. Naquela hora, na casa da nossa outra amiga que estava fazendo 18 (ela sim tinha motivos para chorar de felicidade), o momento parecia tão plácido que nada poderia estragá-lo. Aquela luminosidade de meia-luz, um quadro bonito na parede, e um sofá macio, eram almoço e jantar pra felicidade que se manifestava de um modo mais tímido do que o habitual, porém sem menor intensidade, E quando vi, acompanhando uma palavra qualquer que saiu, uma lágrima escorreu dos meus olhos, Felicidade.
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